As
doenças cardiovasculares (DCV) doença coronária e o acidente vascular cerebral
são os principais problemas de saúde pública em todos os países do mundo. Nos
países desenvolvidos, as DCV contribuem em aproximadamente metade dos óbitos,
apesar do declínio na mortalidade observada nas últimas três décadas. Nos
países em desenvolvimento, uma verdadeira epidemia de doença coronária (DC) e
de acidente vascular cerebral (AVC), vem se associando ao presente impacto das
doenças infecciosas, prevendo-se que pelo ano 2020, as DCV devem ser as mais
prevalentes.
A
mortalidade por AVC é praticamente entre homens e mulheres, embora estas por
uma expectativa de vida maior venha a ter uma prevalência na terceira idade. Em
consequência de tais fatos, em alguns países o número de mortes por DCV em
mulheres é similar à dos homens.
A mortalidade por
DCV em mulheres é apenas um indicador de impacto em suas vidas. A incapacidade
de retorno ao trabalho, gerando ansiedade, depressão, além de um receio de que
um novo episódio de infarto do miocárdio (IM) ou derrame cerebral, possa vir a
tornar impossível um retorno às tarefas habituais e a consequente queda na qualidade de vida. Aliás, os países de
todo o mundo, vem pagando um preço elevado pelo crescimento destes problemas de
saúde, seja na assistência médica, ou na perda da produtividade , elevando os
custos na assistência médica e previdência, além daqueles relacionados com os
fatores sociais.
A
alta prevalência dos fatores de risco (FR) entre os jovens e pessoas de media
idade, combinados com o envelhecimento populacional, sinaliza para o
estabelecimento de medidas efetivas de prevenção e controle das DCV, como uma
questão prioritária em saúde pública.
A
DC afeta as mulheres aproxidamente 10 anos após os homens, possivelmente pelo
efeito protetor dos hormônios estrogênicos, antes do inicio da menopausa. A
mortalidade por AVC é maior entre as mulheres, particularmente na terceira
idade. Por outro lado, as mulheres, de um modo geral, apresentam uma
possibilidade maior de vir a falecer após um episódio de infarto do miocárdio e
as sobreviventes tem uma tendência maior a um reinfarto, desenvolver
insuficiência cardíaca ou morte súbita. Os fatores de risco (FR) podem afetar
as mulheres diferentemente do que nos homens. Por exemplo, a diabetes apresenta
um risco maior de DC e AVC no sexo feminino, em relação ao sexo masculino.
Níveis elevados de triglicérides são um FR independente e que pode prever as
DCV nas mulheres, com mais probabilidade do que o próprio LDL colesterol,
também chamado de colesterol mau.
Alguns
FR adicionais são próprios das mulheres, como o uso dos anticoncepcionais,
particularmente para os casos de AVC, a diabetes da gestação, hipertensão
arterial, disfunção tireoidiana, entre outros. A fibrilação atrial, uma
arritmia cardíaca, quando presente é um importante risco para o AVC, especialmente
em mulheres idosas. Ainda que no passado, o tabagismo fosse um risco menor para
as mulheres, o risco hoje é similar à dos homens nos países desenvolvidos. E,
eventualmente, maior entre as mulheres jovens nos paises em desenvolvimento, em
consequência do progresso de urbanização e globalização, além de maior
publicidade dirigida aos jovens pela indústria, como se verifica hoje na Índia,
na China e no Brasil. Com relação ao diagnóstico, existe também uma dificuldade
em se identificar uma dor cardíaca não coronária, mas frequentes entre as
mulheres, daquela que indica a presença da dor coronária, representada pela
angina do peito.
As mulheres têm artérias coronárias menores
e mais estreitas, que são mais vaso reativas do que nos homens - fatores que
influenciam o impacto da medicação vasodilatadora. Outras controvérsias é o uso
da reposição hormonal com estrógenos, após a menopausa. Os homens apresentam
menor incidência de AVC que as mulheres e aquelas que sobrevivem aos episódios
agudos, têm uma tendência em viver sós, devido à sua maior expectativa de vida,
implicando na necessidade de ações sociais e programas de apoio.